sexta-feira, 30 de maio de 2008

Pacto com a felicidade

As mulheres de hoje estão cada vez mais sozinhas, é verdade, mas estão longe de serem solitárias, infelizes ou indesejadas.

Por Gabriela Alves

Solteira, divorciada ou viúva, estar sozinha não implica necessariamente ser infeliz, solitária. Foi-se o tempo em que ser solteira era sinônimo de pessoa volúvel ou simplesmente, encalhada. Hoje em dia, estar sozinha se tornou uma opção.

Muitas mulheres já aderiram a esta independência. Morar sozinha, não dar satisfação a ninguém, entrar e sair a hora que quiser sem dar explicações. Sair com os amigos pra se divertir, não perder mais seus sábados à noite chorando, ou viver com enxaqueca por relacionamentos frustrantes.

Divorciada, mãe de duas filhas, formada em direito pela Universidade Católica de Brasília, Maria da Gloria, 53 anos, diz que já teve que escolher entre namoro e os estudos. “Desde criança, recebi uma educação que sempre valorizou o lado profissional e intelectual. Fui criada para ser, primeiro, uma profissional e nunca houve diferença no tratamento dado a mim e ao meu irmão. Algumas vezes, tive que escolher entre um namoro e os estudos e optei pela vida acadêmica. Não tenho marido e me sinto muito bem, porque tenho orgulho de ter personalidade própria”.

O poder de escolher
Permitir manter-se flexível para renovar seus desejos em cada fase da vida. Mudar de idéia quando quiser. Conquistar tempo e espaço para o que importa.

Formada em Administração de empresas, Solange de Araújo, 37 anos, disse que se considera uma pessoa bem-sucedida e feliz. Destacou que a palavra solidão, não faz parte da sua vida. Solange investiu na carreira, fez cursos de especialização e foi aprovada em concursos públicos.
“A mulher não precisa se casar para ser feliz. Se ela trabalha, estuda, é dona de si e procura atingir seus objetivos, o casamento é secundário. Não me casei e não me sinto só, porque só tem solidão quem quer. Sempre consegui conciliar a minha vida afetiva com a profissional”.

Estudo da fundação Getúlio Vargas, de 2005, revela que 30% das mulheres brasileiras vivem solteiras. O que não significa que vivam infelizes ou à procura de um parceiro. Divina Lúcia Santana, por exemplo, tem 50 anos, e há mais de três anos não tem namorado. Mãe de cinco filhos, e separada há oito anos do último marido, Divina diz que não está à procura de um namorado. Sente-se completa e feliz morando com seus filhos.

Engana-se quem pensa que as mulheres solteiras estão sempre à procura de alguém. O mito do príncipe encantado há muito já ficou para trás e o sexo casual não é mais tratado como algo imoral ou impensado. Casar e formar família hoje são planos que podem estar bem atrás de prioridades como conseguir um emprego ou formar-se em curso superior.


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Um comentário:

Unknown disse...

Boa matéria! Tomara que esta idéia de que estar sozinha é diferente de estar infeliz se propague!

Afinal, antes sozinha que mal acompanhada, né meninas!