quarta-feira, 7 de maio de 2008

Mulheres no Parlamento

Por Maíra Elluké

Proposta do Governo Federal visa estimular uma maior participação feminina na política brasileira


Uma campanha publicitária para rádio e televisão, prevista para ir ao ar no final de maio, em todo o território brasileiro, pretende estimular a participação das mulheres nas eleições municipais de outubro. A iniciativa é da ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. A Secretaria da Mulher também vai disponibilizar às interessadas em entrar no mundo da política, um curso de capacitação para ajudar no desempenho nas eleições deste ano. Na internet será disponibilizado um histórico sobre a participação da mulher na história brasileira. Além disso, a Secretaria dará subsídios para que as candidatas compreendam questões como a violência na sociedade, a violência doméstica, a autonomia econômica da mulher, saúde e educação feminina.


Para a integrante da Bancada Feminina, na Câmara dos Deputados, deputada Janete Pietá (PT/SP), a campanha é necessária para despertar nas mulheres brasileiras a coragem de lutarem por suas necessidades. "O universo feminino precisa chegar às leis. Se não houver participação feminina, como é que o Brasil vai ter esse novo olhar de mundo?", disse. A deputada também defende que as mulheres têm mais sensibilidade diante dos problemas enfrentados pelo país. “Precisamos acreditar que somos capazes de mudar o que está errado, a partir da construção de um mundo de desenvolvimento, solidariedade, fraternidade e carinho, que são algumas das características do ser feminino”, completou Janete Pietá.


"O universo feminino precisa
chegar às leis", diz Janete Pietá

"Se as mulheres são maioria em todo o mundo, elas precisam se capacitar para ocupar de forma mais maciça os espaços de poder". A afirmação da deputada Luiza Erundina (PSB/SP) reflete uma das prioridades das deputadas federais no Congresso Nacional. Até o final do ano, a Bancada Feminina pretende realizar audiências públicas para estabelecer formas de trabalho que estimulem as mulheres a tomarem as frentes políticas em seus estados e municípios. Luiza Erundina citou ainda o caso de várias mulheres pelo mundo. Para ela, o Brasil ainda é um país machista e isso impede que muitas “Marias”, “Anas” e “Fernandas” tomem os lugares dos homens na política brasileira. "Fora do Brasil, a realidade já é outra. É o caso do Chile, que tem como presidente Michelle Bachelet. Na Argentina, Cristina Kirchner comanda o país e nos EUA, Hillary Clinton entrou na disputa presidencial, porque aqui nós temos que deixar a presidência para um homem?", destacou.
Luiza Erundina defende a causa
feminina no Congresso Nacional
De acordo com uma pesquisa encomendada pelo jornal O Estado de S. Paulo ao Instituto de Pesquisa Ipsos, divulgada em janeiro deste ano, para 58% do eleitorado brasileiro, a participação da mulher na política "é menor do que deveria ser". Já para 67% dos eleitores, se as mulheres ocupassem mais cargos na política do país, o Brasil seria um país menos desigual. Maiorias expressivas também consideraram que a mulher é mais honesta e mais competente que os homens. E 69% dos eleitores declararam que votariam numa mulher para presidente da República.

Mais informações sobre a Campanha podem ser encontradas no Site da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres:
http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sepm/.

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