sexta-feira, 2 de maio de 2008

Conquistando o mercado de trabalho

Por Jaqueline Ribeiro

Elas dominam o que antes eram profissões exercidas somente por homens.

O dicionário Aurélio assim define machismo: atitude ou comportamento de quem não aceita a igualdade de direitos para o homem e a mulher, sendo contrário, pois, ao feminismo.

“Porque vivemos numa sociedade machista: matrimônio e cuidado do lar; patrimônio e domínio dos bens”. A frase é de Frei Betto, no entanto poderia ser bem dita e mal dita por qualquer mulher. Machismo e preconceito são exatamente o que algumas mulheres enfrentam na profissão que exercem. Algumas, contudo, lutam para que essa realidade mude. Elas estão ganhando espaço e, às vezes, chegam a ganhar mais que os homens (no Brasil, é notório que as mulheres recebem, em média, rendimentos 30% inferiores aos dos homens, mesmo tendo nível de escolaridade superior). Elas estão revolucionando o mercado de trabalho, descortinando, com coragem, novas trilhas para a humanidade, numa perspectiva abrangente da democracia. Conheça a história de duas mulheres que são motoristas, mas de veículos diferentes.

Daniele Reis Miranda, 26 anos, há três é mototaxista. Ela trabalha na empresa Ligeirinho MotoTáxi, em Santa Maria. O trabalho é perigoso. Apesar de a pressa não ser tanta, ela corre os mesmos riscos no trânsito e diz não ter alternativa: “Estou aqui porque preciso, assim que conseguir algo melhor, não penso duas vezes em sair”. Ela trabalha das 8h às 20h, ganha de R$ 2 a R$ 10 por corrida, “é muito cansativo e eu trabalho muito pra conseguir tirar o meu sustento”.

Além dos perigos do trânsito, vem o problema do assalto. Com Daniele nunca aconteceu, mas aconteceu com uma amiga, “queriam levar a moto dela, por sorte passou um carro da polícia, e só deu tempo dos assaltantes levarem o dinheiro que ela tinha faturado no dia”, conta. Daniele é sonhadora: pensa em cursar faculdade, ser advogada um dia, quer casar e ter filhos, mas enquanto isso não acontece vai levando a vida e também passageiros.

Já Mônica Silveira, 34 anos, é motorista de ônibus da empresa Rápido Brasília. Seu itinerário é Asa Sul e Norte, numa escala de oito horas diárias. “Meu trabalho não tem moleza, é muito estressante”, diz. Segundo Mônica, quando pára nos pontos de ônibus, as pessoas estranham, se assustam, mas ela acha normal. “Não passa de preconceito, as pessoas não estão acostumadas, somos minoria mesmo”, afirma.

Ela impõe respeito no ônibus, não aceita desaforo nem piadas de qualquer um. Diz que já levou cantada, mas finge não ser com ela: “Já fiz passageiro descer do ônibus e faço de novo se for necessário”. Apesar do cansaço e do trânsito movimentado, Mônica gosta do que faz. Ela se acha calma e não é qualquer coisa que a tira do sério, nem mesmo os congestionamentos que o trânsito de Brasília lhe oferece diariamente, e conclui: “Eu amo o meu trabalho”.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oiii Jaque..
Parabéns pela matéria...show de bola...rs
bjos
Herbert Eisenhut

Nayana Fernandes Rodrigues disse...

Nayana !


Adorei jaque !
Muito boa a sua apuraçãoo...

Beijooo ;*