quinta-feira, 15 de maio de 2008

Eu fico, tu ficas e ele fica

Duas versões da mesma história

Por Amanda Alcântara*


Depois que a cabeça esfriou, resolvi que o incidente merecia um crônica. Vamos lá... A sexta-feira já tinha sido tensa, mas tudo sempre pode piorar. Sabe aquele dia em que você pensa que tudo vai ser bacana, mas, às vezes, bastam duas doses de Hi Fi pra estragar os momentos? Nessas horas, você pergunta o que não deveria e, de quebra, escuta o que não quer. Depois de longa conversa e de argumentos contestados, fica tudo bem, a noite acaba, as coisas voltam ao normal e você se esforça para esquecer a pulga atrás da orelha de pouco tempo atrás.

Outro dia nasce e traz com ele coincidências. Era véspera do dia das mães e eu fui buscar o presente da matriarca na casa do meu pai. Ele fez questão de comprar o presente dela. O inusitado é que eles são separados e eu nunca esperaria uma atitude dessas. Até agora, desconfio desse surto de bondade, mas aceitei o mimo. Estava sem tempo mesmo...

Tudo começa agora, no momento em que vou buscar o rádio. Levo uma companhia comigo, uma companhia masculina. Chego, interfono, subo e cumprimento meu pai e, também, as filhas da minha madrasta. Brasília é pequena. Tão pequena. Uma das moçoilas já conhecia o rapazinho. Que coincidência: aulinhas de inglês.

Vou ao quarto e vejo o presente. Não era bem o que eu queria que ele comprasse, mas eu não poderia esperar coisa melhor. Não, não mesmo, estava de bom tamanho, sim. Eu no quarto. Eles na sala. Conversas. Risadas. Assuntos em comum. Volto junto com meu pai. Conversa continua; conversa vai; conversa vem; conversa não acaba.

Vejo o passado num flash. Mas não, não era possível. De novo, não... De novo, sim. Tempos atrás, evitava levar meu ex-namorado na residência deles, justamente por não confiar na simpatia da minha 'quase' irmã. E isso iria se repetir?

Era hora de ir embora. Afinal, eu estava com muiiita fome. Com muita classe, é claro, e sem demonstrar o que sentia, nos retiramos de lá. No elevador, já se poderia sentir o tamanho da minha raiva. Contei o que me incomodava e o histórico de desconfiança com a bendita menina. Ele me entendeu e tudo ficou bem.

Dezenove minutos depois, meu pai liga para almoçarmos juntos. Mesmo sem querer, fomos. No restaurante, ele comenta que a menina gostaria de ter ido também, mas que ela já tinha um compromisso marcado, um churrasco. Contou que ela ainda quase foi, mas dependia de carona depois.

Melhor assim. Mas isso só aumentou minha certeza de que ela estava afim de implicar. Em outra situação, ela com certeza não faria questão de almoçar conosco. Pelo contrário, até evitaria.

A noite chega. Oba, sábado é dia de não ficar em casa. Tem coisa pior do que ver o início do programa Zorra Total e saber que você ainda não tem uma festa pra ir? Isso, pra mim, é triste. Mas eu não ia ficar em casa e, dessa vez, nada iria dar errado. Não íamos discutir, não mesmo.

Estava frio, esqueci minha carteirinha de estudante em casa, a película francesa dava sono. O meu estado de espírito não era dos melhores, mas eu me esforçava. Saímos na metade do filme e fomos comer pizza. Não agüentei, voltei ao assunto. Perguntei se a menina, nas aulas de inglês, se insinuava, se era 'pirigueti'. Como resposta, eu ouvi: - Posso te falar a verdade? Eu e ela já, já, já saímos, já ficamos.

Eu pensei que tinha terminado aí. Mas ele também já ficou com duas amigas minhas. Uma, que estudou comigo na adolescência e que, de vez em quando, é companheira de balada; e outra que atualmente é namorada do meu amigo. Mundo moderno, novas formas de se relacionar com a mania de "ficar". E eu me questiono: Posso reclamar? Não. Eu também tô ficando com ele...



* Identidades preservadas, para evitar o "efeito ervilha"

4 comentários:

Anônimo disse...

puuxa, qe história mais louca! haha
ficoou massa essa crônica! :D
botei fé ;x

Anônimo disse...

KKKK, por isso que digo, as mulheres são todas iguais....
engraçado d+++

Anônimo disse...

Sei bem como é isso...
Mas quem tá na chuva é pra se olhar, se não é melhor sair de baixo dela.
Um banho de chuva de vez enquando é bom pra refrescar :P

As Calcinhas Delas disse...

Lucas,
Não generalize!!

Beijocas e até a próxima crônica.

:)