sexta-feira, 18 de abril de 2008

VidA SufriDa

Por Bianca Fragoso
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De Alba Valéria, o mundo está cheio. Lembrei disso quando vi, essa semana, o outdoor da peça de teatro "Não sou feliz, mas sou casada", em frente ao Brasília Shopping. Não vi a peça ainda, mas parece a história de dois amigos meus, Carlos e Alba Valéria. Essa moça é uma colega de infância que sempre me conta seus problemas amorosos. Procuro não entendê-la, mas, geralmente nos fins de semana dou um apoio amigo por mais que discorde de suas atitudes.

A cena mais corriqueira é a do "dia do perdido". Carlos geralmente some na sexta-feira e desliga o celular. Alba, quando percebe, chora, grita, esperneia e pensa que vai morrer de tanta raiva. Com os olhos vermelhos e as mãos trêmulas, ela se olha no espelho e jura que, dessa vez, terminará tudo com ele.

O domingo chega e Carlos resolve dar o ar da graça. O rapaz aparece com a cara mais lavada do mundo e inventa qualquer desculpa, pois sabe que ela vai acreditar. A sofrida aceita tudo, mesmo sabendo que não será a última vez.

O mais chocante - pelo menos foi o que achei quando soube do problema pela boca do próprio Carlos - foi que, no mesmo dia, ele se queixou de dívidas e pediu dinheiro emprestado para a namorada. Ele disse que o salário de analista é pouco para os gastos que tem, mas diga-se de passagem, ele é solteiro e mora com os pais.

Ao ver o seu amor reclamar da vida financeira, a moça apaixonada abre a carteira e entrega o cartão de crédito. Sim, ela deu senha e tudo pra ele comprar, quitar e gastar o quanto "precisa". Essa foi uma das brigas que mais me intrigou.

Provas de que ele não é fiel, ela já teve várias. Um dia desses, numa quinta-feira, ela me liga pedindo conselhos. Carlos saiu do trabalho e foi para o sertanejo do Café Cancun. Lá, mulher não paga para entrar e tem bebida à la vonté. Quer mais? Carlos se empolgou e fez a festa. Não sabia ele que a amiga mais fofoqueira de sua namorada estava na sua cola tirando várias e várias fotos.

No outro dia, as imagens foram parar nas mãos de Alba. A crise durou sete dias. A explicação de Carlos foi: ''- Amor, naquele dia, eu não sabia nem quem era eu''. Deu certo.

Você deve pensar como alguém pode estar tão presa no cabresto assim. Nem citei o carnaval, em que ele se mandou pra Floripa com mais dois colegas e mal deu explicações. Mas ninguém contou como tudo isso começou... Alba não é santa como se pensa.

Tempos atrás, a moiçola era filial e depois se tornou a matriz. Ela foi a outra por muito tempo... Basta saber agora se outra filial vai tomar o posto.

3 comentários:

Gustavo Ribeiro disse...

A moça já sabia quem ele era antes de engatar um relacionamento sério. Não adianta reclamar agora...

mto bom o texto! bjs, gustavo

liris disse...

vida sufrida mesmo... Parece que um monte mulher faz questão de ter vida sofrida, já que essa história é muito comum a boa parte delas...

mas, se a menina já sabia que o cara não era boa pinta... pq iniciou um relacionamento????? "ela gostch mutcho..."

ótimo texto

As Calcinhas Delas disse...

Caros leitores, ainda bem que gostaram. E olha que a história é verídica.

Abraço das Calcinhas!